“ É! O moleque desceu o São Carlos, pegou um sonho e partiu com a Estácio!”
Setor 1 – O moleque do Morro do São CarlosEra domingo de CarnavalO São Carlos estava em festa O moleque acabou de chegarAcreditava na vidaNa alegria de serNas coisas do coraçãoNas mãos, o muito a fazerHavia um fogo em seus olhosUm fogo de não se apagarPensava que era um guerreiroCom terras e gentes a conquistarÔ, Dina O menino desceu o São CarlosPegou um sonho e partiu Só quis saber como é Qual é?
As respostas estavam nos papéis Que embrulhavam os peixes Com as composições escritas por PafúncioO vendedor de caranguejosCom ele o moleque então Descobriu a Escola de Samba O que é o AsfaltoA passarela das fantasiasPierrot, Arlequim e Colombina.Depois de tanta folia
A lama dos sapatos é a medalha Que ele tem pra mostrar Passado é um pé no chão e um sabiá Presente é a porta aberta E futuro é o que virá.
Setor 2 – Inchu/ Exú São Joao, ForróÉ Lembrança de Primavera Tudo agora é flor A flor da primeira poesiaEntregue nas mãos do Rei do Baião
Não mais pé no asfalto Agora é pé no chão Levanta poeira Pé de serra, Exú*, Onde tudo começou…
Luiz respeita Januário Eu vou mostrar pra você Como se dança baião Se quiser aprender É só prestar a atenção
É tempo de festa Ela só quer, só pensa em namorarÉ tempo de fartura Choveu no sertão Floresceu o mandacaru Chegou São João Ascende a fogueira no meu coração Pois minha vida é andar por esse país Pra ver se um dia descaso feliz Porém se a gente vive a sonhar Com alguém que se deseja rever Saudade intonce aí é ruim Eu tiro isso por mimQue vivo doido a sofrer Amargo que nem jilóPergunto a Deus Porque tamanha judiação Num vendo a luz Assum preto lamenta um cantar de dor
Setor 3 – Diretas JáEntão cante Que seu canto é minha força pra cantarNas estradas da vida Caminhos opostos Sem jamais deixar de se olhar Vou sangrando Coração na boca Peito aberto Por favor me entenda Você merece… Você merece…Na boca um gosto amargo de fel Você merece… Você merece…O diploma de bem comportado
Eu sei que a vida deveria ser bem melhor Apesar dos pesares Ainda me orgulho de ser brasileiro Ponho fé é na fé da moçadaQue não foge da fera E enfrenta o LeãoAgita na mesa uma batucadaFaz do mundo um bumbo
Evoé!**Não deixe acabar com seu carnaval É preciso mais que nunca prosseguir…
Setor 4 – O lado mais doce do compositorCiganas estradasTraçadas nas palmas de suas mãos Pisou firme, onde bate mais forte o coração Com permanente vontade de mudar Seu coração sem limitesVoou, amou, sofreu, sangrou, explodiu!Coração agora fragmentado Como pequenas estrelas no céu Brilha na noite da magia Onde a fantasia, acende a luz de uma nova primavera Diga lá!Que é a Estácio de SáBailando neste imenso salão apoteótico do recomeço Diga lá pra DinaÔõ êêa O moleque acabou de chegar Ôõ êêaÉ nessa cama que ele vai sonhar…
Os versos em negrito remetem à composições de Gonzaguinha. Propositalmente, os carnavalescos optaram por destacar tais versos usando letras maiores que os versos sem negrito*Exú : cidade natal de Luiz Gonzaga, pai de Gonzaguinha. ( nome dado pelos indígenas, porque a região era apinhada de um determinado tipo de abelhas conhecida como “inchu”)
**Evoé: Grito de felicidade, de alegria; expressão de entusiasmo e exaltação.
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